quinta-feira, 24 de março de 2011

24 de Março - Dia Internacional da Tuberculose



Por conta de seus variados sintomas, a tuberculose não era identificada como uma única doença até à segunda década do século XIX, e não era chamada de tuberculose até ser batizada em 1839 por J.L. Schoenlein. Algumas formas da doença provavelmente eram conhecidas deste a Grécia antiga, senão antes, considerando-se que a doença se originou a partir do primeiro gado domesticado (no qual também originou a varíola humana). e antigamente não existia vacina.
O bacilo causador da doença, Mycobacterium tuberculosis foi descrito em 24 de março de 1882 por Robert Koch. Ele recebeu em 1905 o Prémio Nobel de medicina por sua descoberta. Koch não acreditava que as tuberculoses bovina e humana fossem similares, o que impediu o reconhecimento do leite infectado como fonte da doença. Mais tarde, esta fonte foi eliminada graças àpasteurização. Koch apresentou um extrato de glicerina com o bacilo da tuberculose como um "remédio" para a doença em 1890, chamando-o de tuberculina. Ele não teve eficácia, porém, foi mais tarde adaptado por von Pirquet para um teste para tuberculose pré-sintomática.
O primeiro sucesso genuíno de vacinação contra a tuberculose foi desenvolvido a partir de linhagens atenuadas da tuberculose bovina, e criado por Albert Calmette e Camille Guerin em 1906. Era a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guerin). Ela foi usada pela primeira vez em humanos em 18 de julho de 1921 na França, apesar de arrogâncias nacionais terem impedido a disseminação de seu uso, seja nos EUAReino Unido ou Alemanha até o final da Segunda Guerra Mundial.
A tuberculose causou enorme preocupação pública no século XIX e no início do século XX, como a doença endêmica entre as classes pobres das cidades. Na Inglaterra de 1815, uma entre quatro mortes eram devido à tísica pulmonar; por volta de 1918, uma dentre seis mortes na França ainda era causada pela Tuberculose. Depois de ter ficado claro, por volta de 1880, que a doença era contagiosa, a tuberculose se tornou uma doença de notificação obrigatória na Grã-Bretanha; foram feitas campanhas para que não se escarrasse em locais públicos, e as pessoas com a infecção eram "encorajadas" a irem para sanatórios que chegavam a lembrar prisões. Apesar dos "benefícios" do ar fresco e do trabalho apregoados nos sanatórios, 75% dos que neles entravam morriam num prazo de 5 anos (dados de 1908).
A preocupação com a disseminação foi tanta em alguns países, como os EUA, que chegou a surgir um movimento contrário a que se escarrasse em público, exceto em locais com escarradeiras.
Na Europa, as mortes por Tuberculose caíram de 500 por 100 000 pessoas em 1850 para 50 em 100 000 por volta de 1950. Melhorias na saúde pública já vinham reduzindo a incidência de tuberculose mesmo antes do surgimento dos antibióticos, apesar de a importância da doença ainda ser grande quando o chamado Medical Research Council da Grã-Bretanha lançou seus primeiros projetos para a doença em 1913.
Somente após 1946, com o desenvolvimento do antibiótico estreptomicina é que o tratamento, e não apenas a prevenção, se tornaram possíveis. Antes disso, somente a intervenção cirúrgica era possível como tratamento (além dos sanatórios), incluindo a técnica do pneumotórax: provocar o colapso de um pulmão infectado para deixá-lo "descansar" e permitir a cicatrização das lesões, técnica muito habitual mas pouco benéfica, e que foi posta de lado após 1946.
Esperanças de que a doença pudesse ser completamente eliminada foram frustradas desde o surgimento de cepas de bacilos resistentes aos antibióticos nos anos 1980. Por exemplo, os casos de Tuberculose no Reino Unido, por volta de 50 000 em 1955, caíram para cerca de 5 500 em 1987, mas em 2001 havia mais de 7 000 casos confirmados. Por conta da eliminação de instalações de tratamento públicas em Nova Iorque nos anos 1970, houve uma resurgência da doença nos anos 1980. O número daqueles que interrompem seu tratamento é muito alto. Nova Iorque teve que lidar com mais de 20 000 pacientes "desnecessários" com muitas cepas resistentes a muitas das drogas normalmente usadas. O ressurgimento da tuberculose resultou na declaração de uma emergência médica global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1993.
Em 2003, pesquisadores criaram acidentalmente, em laboratório, uma cepa mais letal e de reprodução mais rápida de bactérias da tuberculose.

Vítimas famosas

Tuberculose no mundo

Todos os anos 1960 milhões de pessoas são infectadas com tuberculose. Embora actualmente esta doença seja tratável, ainda mata anualmente 2.5 milhões de pessoas.
Sem um controle muito mais eficaz, cerca de 1.5 bilhão de pessoas serão infectadas e 3.5 milhões morrerão de tuberculose até 2020.
O Brasil é, segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde, o 19º país com maior número de casos da doença. Cerca de 73% dos novos casos são curados, 12% a menos do preconizado pelaOMS.[12]

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 23 de março de 2011

9 fatos para entender a crise nuclear no Japão



Imagem: Google
A crise nuclear que o Japão está vivendo foi classificada no nível 5 da escala internacional de eventos nucleares (INES) e já é considerada o terceiro maior acidente nuclear da história, atrás de Three Mile Island (Pensilvânia, EUA) e Chernobyl (Ucrânia). O problema começou no dia 11 de março, quando ocorreu o maior tremor da história do Japão e o quarto maior do mundo. O terremoto atingiu 9 graus de magnitude e provocou um tsunami que destruiu o nordeste do país. Mas agora a ameaça vem de outro lugar: a usina nuclear de Fukushima. A liberação de partículas radioativas fez com que uma área de 20 km ao redor da usina fosse evacuada e está preocupando pessoas do mundo todo. Como isso foi acontecer? Mesmo quem mora longe do Japão deve se preocupar? Respondemos 9 perguntas básicas que vão ajudar você a entender melhor essa crise nuclear.
1- O que provocou o problema nuclear no Japão?
O terremoto atingiu uma área em que havia 20 reatores operando, em diversas usinas. Desses, nove continuaram funcionando normalmente. Houve queda de energia nos outros 11, mas geradores ligaram o sistema de refrigeração. O problema é que os geradores de três deles queimaram – e são justamente esses que estão causando problemas. Isso porque, mesmo quando o reator é desligado e a fissão nuclear cessa (quando o núcleo do átomo de urânio se divide em dois, liberando grande quantidade de energia), os produtos dessa reação continuam a emitir radiações que produzem calor. Se a temperatura ficar alta demais, o revestimento de metal que guarda o combustível radioativo pode derreter, liberando gases radioativos e hidrogênio – gás altamente inflamável que pode provocar explosões que danificam as paredes de contenção do reator e liberam radiação. Em caso de derretimento completo do metal, pílulas de combustível caem para o fundo do vaso de contenção do reator, podendo danificar as estruturas que impedem a radiação de escapar para o ambiente.

2- O que aconteceu em cada reator?
Três reatores (1, 2 e 3) sofreram explosões por causa de falhas no sistema de resfriamento. No reator 1, uma delas danificou o teto e a segunda parede de contenção do prédio. O reator 2 teve a primeira contenção danificada e está emitindo fumaça. O de número 3 é o que mais preocupa os técnicos por ser o único que utilizava uma mistura de urânio com plutônio, que é mais tóxico. A explosão que ocorreu ali na semana passada deixou 11 feridos e foi sentida a 40 km de distância da usina. Também está emitindo fumaça com partículas radioativas. O reator 4 estava desligado quando ocorreu o terremoto, mas uma explosão acabou danificando a piscina de resfriamento do material radioativo. Os reatores 5 e 6 também estavam desligados, mas a temperatura nas piscinas de resfriamento está subindo.
3- O que está sendo feito para evitar que o problema se agrave?
Técnicos evacuaram a área num raio de 20 km de distância da usina. Pessoas que vivem num raio de 20 a 30 km receberam a recomendação de permanecer dentro de casa e com as janelas fechadas para conter as partículas radioativas. Também está sendo injetada água do mar nos reatores. A água possui uma função dupla: 1) ajudar no resfriamento para evitar a decomposição da água e explosões decorrentes disso e 2) frear a disseminação de partículas radioativas suspensas no ar. Cabos de energia também foram reconectados para tentar reativar o sistema de refrigeração. Nos reatores 5 e 6, os técnicos também fizeram perfurações para liberar hidrogênio e evitar explosões.

4- O que a radiação pode provocar no corpo humano?
“Altas doses de radiação podem causar danos à medula óssea, ao trato gastrointestinal e ao sistema nervoso central, além de queimaduras na pele. Outra possibilidade é a ocorrência de efeitos que se manifestam anos após a exposição – o câncer, por exemplo”, explica Sandra Bellintani, especialista em radioproteção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

5- A radiação pode atingir áreas distantes de Fukushima?
Especialistas franceses acreditam que a radiação chegará à Europa e existem até sites monitorando o ar na França. E, nos Estados Unidos, as pessoas já estão até comprando medicamentos para se proteger. Mas, para Laércio Antônio Vinhas, Diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), isso é um exagero. Segundo ele, para que a radiação chegasse à Europa seria preciso que os quatro reatores sofressem uma enorme explosão ao tempo, coisa que os técnicos consideram impossível. “A radiação só vai longe se houver uma quantidade muito grande de material radioativo na atmosfera, o que não é o caso”, diz ele. Na verdade, se a coisa continuar como está, nem mesmo Tóquio deveria se preocupar. “A radiação não deve chegar até lá. Hoje, os níveis de radiação ali estão iguais aos de antes do acidente”, completa Laércio.

6- Essa crise pode adquirir dimensões semelhantes às de Chernobyl?
“Considerando a situação atual, a possibilidade de um acidente como o de Chernobyl é extremamente reduzida”, afirma Laércio Vinhas. Para ele, na pior das hipóteses, a área impactada pela radiação ficará entre 40 e 60 km de distância das usinas, dependendo da direção do vento. Para começar, o acidente da Ucrânia ocorreu com o reator em funcionamento, o que elevou a potência da explosão. Em Fukushima os reatores estavam desligados. Além disso, o estrago foi enorme em Chernobyl porque a usina não possuía nenhuma blindagem. As usinas atuais têm paredes espessas de contenção. Chernobyl deixou mais de 25 mil mortos e contaminou mais de três quartos da Europa. “No caso do Japão, as doses de radiação divulgadas até o momento são baixas e não acarretariam os efeitos verificados em Chernobyl. Se a situação não sofrer uma brusca mudança, provavelmente teremos pouco danos em poucas pessoas”, afirma Sandra Bellintani.

7- Como a situação ainda pode evoluir?
A radiação já está contaminando alimentos e água no Japão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a situação está mais séria do que o previsto e o governo japonês proibiu a distribuição de leite e duas verduras vindos de Fukushima e três províncias vizinhas. A Tepco, operadora da usina de Fukushima, informou que foram encontrados níveis mais altos do que o normal de elementos radioativos na água do mar da região. Níveis de iodo 131 estão 126,7 vezes maiores que o limite estabelecido, os de césio 137 estão 16,5 vezes maiores e os de césio 134 estão 24,8 vezes mais altos. Será preciso avaliar se isso pode ter contaminado frutos do mar. A neve e a chuva que estão castigando a região carregam partículas radioativas do ar para o solo e a água, o que favorece a contaminação de alimentos.

8- Como as pessoas podem se proteger? E como é feito o tratamento de quem já se contaminou?
Fica proibido o consumo de água, vegetais, carne e leite vindos das áreas afetadas. Os s profissionais que estão trabalhando nas usinas devem usar roupas especiais e respeitar o limite de tempo permitido para permanecer no local. Pelo menos 20 funcionários da central nuclear de Fukushima estão contaminados, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Nesse caso, a pessoa recebe um tratamento que dependerá do elemento radioativo que foi incorporado, visando fazer com que esse ele saia do corpo o mais rápido possível. No caso de contaminação por iodo, usam-se pastilhas de iodo não-radioativo, que é absorvido pela tireóide. Estando “satisfeito” com ele, o corpo não absorve iodo da atmosfera. No caso de contaminação por Césio (Cs-137), usa-se o azul da Prússia (Ferrocianeto Férrico), que promove a excreção do elemento pelo corpo.

9- O que acontecerá com a usina de Fukushima?
Uma vez que jogaram água do mar nela, a usina perdeu sua utilidade e deverá ser desmontada e, talvez, enterrada sob areia e concreto para proteger o ambiente de contaminação. E o prejuízo financeiro será bem grande. Laércio Vinhas acredita que será da ordem de dezenas de bilhões de dólares.


fonte: Superinteressante. Ana Carolina Prado 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Impactos sobre o Japão


                                                                                

          Em menos de uma semana, milhões, talvez bilhões de pessoas em todo o mundo aprenderam, com a duríssima lição japonesa, conceitos básicos de geofísica.
            Com o terremoto, seguido de tsunami que afetou e ainda afeta o nordeste do Japão, placa tectônica foi um conceito incorporado ao cotidiano de pessoas que vão de donas de casa a estudantes, passando por economistas e políticos.
            É verdade que a mídia ainda utiliza “graus” para se referir à intensidade de um sismo, quando deveria usar magnitude.
            A questão, aqui, não é de pura terminologia, mas tanto de procedência quanto, principalmente, de traduzir a intensidade energética desses fenômenos.
            Em sismologia, magnitude como unidade de intensidade de um tremor de terra, é uma referência de natureza logarítmica. Indica, por exemplo, que um sismo de magnitude 6 é dez vezes mais poderoso que um de magnitude 5. E que um de magnitude 7, é 100 vezes mais que o de 5.
            Sismos de magnitude 5 são relativamente comuns tanto no Japão ─ com território situado sobre convergências de placa tectônicas ─ quanto em outras regiões, como o Nordeste brasileiro, ainda que as razões para isso sejam distintas.
            No Japão há um constante e incessante atrito de bordas de placas, como enormes jangadas movimentando-se em atrito umas com as outras, e algumas mergulhando sob outra ou outras.
            No nordeste brasileiro e outras regiões do Brasil, os sismos eventuais se dão junto a falhas geológicas, ou seja, porções da placa tectônica ─ a Sul Americana ─ fraturadas e não devidamente “soldadas” ao longo do tempo.
            No caso do Japão, no entanto, com sismo que chegou a ser interpretado como de magnitude de magnitude 9, o tremor foi 10 mil vezes mais poderoso que os que têm ocorrido no nordeste brasileiro, de magnitude 5.

Efeito antrópico
A primeira reação das pessoas, em geral, é associar fenômenos como sismos e vulcanismo ─ processos também derivado do atrito ou ruptura de placas tectônicas ─ a ações produzidas por atividades humanas.
            Já conseguimos, é verdade, como resultado de atividades tanto agrícolas quanto industriais, alterar a atmosfera da Terra, ainda que essa cobertura vital para a vida possa ser comparada à casca de uma maçã, em relação ao volume da fruta.
            Mas interferir no deslocamento de placas tectônicas é algo que ainda estamos muito longe de fazer porque isso implicar manipular o coração quente da Terra há quase 6 mil km de profundidade.
            Carente de conceitos de ciência, no entanto, mesmo pessoas medianamente informadas acabam impactadas com o efeito de fenômenos que parecem ter a mesma origem: a pretensa mão deformadora do homem, visão que deriva de certo fundamentalismo religioso. Mais especificamente o cristianismo, entre as religiões modernas.
            A verdade, no entanto, é que os sismos/vulcanismos só ocorrem porque a Terra está geologicamente viva. Isso significa que ela recicla gases de efeito estufa, especialmente o gás carbônico, e isso cria um “cobertor” atmosférico que distribui mais uniformemente a temperatura pelo corpo planetário e permite a manifestação da vida como a conhecemos, incluindo uma civilização como a nossa (ainda que esta seja a única que conhecemos).
            Isso significa dizer que uma Terra geologicamente morta (como pode ser o caso da Lua ou de Marte) as condições ambientais do planeta seriam radicalmente diferentes e não estaríamos aqui para escrever ou ler este relato. E não apenas por uma única razão.
            Geologicamente morta, a Terra não disporia de um campo magnético e com isso não disporíamos de um escudo magnético capaz de nos proteger contra o bombardeio de partículas de alta energia emitido pelo Sol (vento solar).
Especialmente durante os períodos cíclicos de explosões solares que estão reiniciando com ligeiro atraso.

Fontes de energia
Um dos desdobramentos mais importantes do terremoto/tsunami sobre o território do Japão já começa a manifestar-se sob a forma de matriz energética.
            Uma parcela do ambientalismo, que se mostra como a posição variável das birutas de aeroportos, já se manifesta contra a energia nuclear.
            Esta é, de certa forma, uma posição compreensível, levando em conta o impacto de um acidente numa dessas instalações. E o que ocorre no Japão, neste momento, não é o primeiro, nem o segundo ou mesmo o terceiro de um desses episódios extremamente preocupantes.
            Mas, o que fazer?
            Voltar à carga com combustíveis fósseis?
            Essa é, mesmo a curto prazo, uma solução insustentável, levando em conta o efeito estufa de natureza antrópica e que, tudo indica, está sim associado a mudanças climáticas com dramáticos acidentes ambientais como chuvas e ventos destruidoras em diferentes regiões do planeta.
            Fontes renováveis como energia eólica, energia solar e outras fontes têm aumentado sua participação na matriz energética mundial, mas é impensável pensar que possam substituir petróleo ou energia nuclear.
            Hidrelétricas, a matriz energética brasileira básica depende, evidentemente, de grandes estoques de água, o que não é o caso em boa parte do mundo.
            E mesmo hidrelétricas, além do impacto ambiental negativo de inundação de áreas, tem contribuição em relação ao efeito estufa que só recentemente passaram a ser reconhecidas.
            Como se não bastasse, fusão nuclear, a energia das estrelas, mais segura que a fissão, talvez só esteja disponível ao final de umas cinco décadas de investigação científica/refinamento tecnológico.
            Sem falar que as fontes tradicionais de petróleo passam por transformações políticas altamente desestabilizadoras neste momento, no caso de países árabes.
            Em vez de puramente protestar contra usinas nucleares, talvez seja mais prudente exigir dos governos ampliação da margem de segurança dessas unidades, com inspeções mais rigorosas e abandono (o que por si só já é uma atividade altamente complexa) de usinas consideradas superadas tecnologicamente.
            Em alguns momentos da história o mundo parece próximo do fim, como apregoam de tempos em tempos, interpretações místico/religiosas ou cinema de qualidade ordinária.
Quem viveu o bombardeio nuclear sobre o mesmo Japão, em 1945, pode ter pensado que o planeta arderia sob o fogo atômico.
Gerações que viveram sob a Guerra Fria também tiveram experiências bem próximas disso e, apesar de tudo, ainda estamos aqui.
Para o melhor e o pior, um observador mais cínico poderia acrescentar.
Mas as coisas realmente parecem ser assim.


 Fonte: Blog sciam, por Ulisses Capozzoli

quinta-feira, 17 de março de 2011

AULA SOBRE REFRIGERANTES




Leia até a orientação do nutricionista no final... Vale a pena!
Sem julgamento de valor. Acho que vale a pena a leitura...


Na verdade, a fórmula 'secreta' da Coca-Cola se desvenda em 18 segundos em qualquer espectrômetro-ótico, e basicamente até os cachorros a conhecem. Só que não dá para fabricar igual, a não ser que você tenha uns 10 bilhões de dólares para brigar com a Coca-Cola na justiça, porque eles vão cair matando.

A fórmula da Pepsi tem uma diferença básica da Coca-Cola e é proposital exatamente para evitar processo judicial. Não é diferente porque não conseguiram fazer igual não, é de propósito, mas próximo o suficiente para atrair o consumidor da Coca-Cola que quer um gostinho diferente com menos sal e açúcar.

Entre outras coisas, fui eu quem teve que aprender tudo sobre refrigerante gaseificado para produzir o guaraná Golly aqui (nos EUA), que usa o concentrado Brahma. Está no mercado até hoje, mas falhou terrivelmente em estratégia promocional e vende só para o mercado local, tudo isso devido à cabeça dura de alguns diretores.

Tive que aprender química, entender tudo sobre componentes de refrigerantes, conservantes, sais, ácidos, cafeína, enlatamento, produção de label de lata, permissões, aprovações e muito etc. e tal. Montei um mini-laboratório de análise de produto, equipamento até para analisar quantidade de sólidos, etc. Até desenvolvi programas para PC para cálculo da fórmula com base nos volumes e tipo de envasamento (plástico ou alumínio), pois isso muda os valores e o sabor. Tivemos até equipe de competição em stock-car.

Tire a imensa quantidade de sal que a Coca-Cola usa (50mg de sódio na lata) e você verá que a Coca-Cola fica igualzinha a qualquer outro refrigerante sem-vergonha e porcaria, adocicado e enjoado. É exatamente o Cloreto de Sódio em exagero (que eles dizem ser 'very low sodium') que refresca e ao mesmo tempo dá sede em dobro, pedindo outro refrigerante, e não enjoa porque o tal sal mata literalmente a sensibilidade ao doce, que também tem de montão: 39 gramas de 'açúcar' (sacarose).

É ridículo, dos 350 gramas de produto líquido, mais de 10% é açúcar. Imagine numa lata de Coca-Cola, mais de 1 centímetro e meio da lata é açúcar puro... Isso dá aproximadamente umas 3 colheres de sopa CHEIAS DE AÇÚCAR POR LATA!

Fórmula da Coca-Cola...?

Simples: Concentrado de Açúcar queimado - Caramelo - para dar cor escura e gosto; ácido ortofosfórico (azedinho); sacarose - açúcar (HFCS - High Fructose Corn Syrup - açúcar líquido da frutose do milho); extrato da folha da planta COCA (África e Índia) e poucos outros aromatizantes naturais de outras plantas, cafeína, e conservante que pode ser Benzoato de Sódio ou Benzoato de Potássio, Dióxido de carbono de montão para fritar a língua quando você a toma e junto com o sal dar a sensação de refrigeração.

O uso de ácido ortofosfórico e não o ácido cítrico como todos os outros usam, é para dar a sensação de dentes e boca limpa ao beber, o fosfórico literalmente frita tudo e em quantidade pode até causar decapamento do esmalte dos dentes, coisa que o cítrico ataca com muito menor violência, pois o artofosfórico 'chupa' todo o cálcio do organismo, podendo causar até osteoporose, sem contar o comprometimento na formação dos ossos e dentes das crianças em idade de formação óssea, dos 2 aos 14 anos. Tente comprar ácido fosfórico para ver as mil recomendações de segurança e manuseio (queima o cristalino do olho, queima a pele, etc.).

Só como informação geral, é proibido usar ácido fosfórico em qualquer outro refrigerante, só a Coca-Cola tem permissão... (claro, se tirar, a Coca-Cola ficará com gosto de sabão).

O extrato da coca e outras folhas quase não mudam nada no sabor, é mais efeito cosmético e mercadológico, assim como o guaraná, você não sente o gosto dele, nem cheiro, (o verdadeiro guaraná tem gosto amargo) ele está lá até porque legalmente tem que estar (questão de registro comercial), mas se tirar você nem nota diferença no gosto.

O gosto é dado basicamente pelas quantidades diferentes de açúcar, açúcar queimado, sais, ácidos e conservantes. Tem uma empresa química aqui em Bartow, sul de Orlando. Já visitei os caras inúmeras vezes e eles basicamente produzem aromatizantes e essências para sucos. Sais concentrados e essências o dia inteiro, caminhão atrás de caminhão! Eles produzem isso para fábricas de sorvete, refrigerantes, sucos, enlatados, até comida colorida e aromatizada.

Visitando a fábrica, pedi para ver o depósito de concentrados das frutas, que deveria ser imenso, cheio de reservatórios imensos de laranja, abacaxi, morango, e tantos outros (comentei). O sujeito olhou para mim, deu uma risadinha e me levou para visitar os depósitos imensos de corantes e mais de 50 tipos de componentes químicos. O refrigerante de laranja, o que menos tem é laranja; morango, até os gominhos que ficam em suspensão são feitos de goma (uma liga química que envolve um semipolímero). Abacaxi é um festival de ácidos e mais goma. Essência para sorvete de Abacate? Usam até peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para dar aquela sensação de arrasto espumoso no céu da boca ao comer, típico do abacate.

O segundo refrigerante mais vendido aqui nos Estados Unidos é o Dr. Pepper, o mais antigo de todos, mais antigo que a própria Coca-Cola. Esse refrigerante era vendido obviamente sem refrigeração e sem gaseificação em mil oitocentos e pedrada, em garrafinhas com rolha como medicamento, nas carroças ambulantes que você vê em filmes do velho oeste americano. Além de tirar dor de barriga e unha encravada, também tirava mancha de ferrugem de cortina, além de ajudar a renovar a graxa dos eixos das carroças. Para quem não sabe, Dr. Pepper tem um sabor horrível, e é muito fácil de experimentar em casa: pegue GELOL spray, aquele que você usa quando leva um chute na canela, e dê um bom spray na boca! Esse é o gosto do tal famoso Dr. Pepper que vende muito por aqui.

Refrigerante DIET...?

Quer saber a quantidade de lixo que tem em refrigerante diet? Não uso nem para desentupir a pia, porque tenho pena da tubulação de pvc... Olha, só para abrir os olhos dos cegos: os produtos adocicantes diet têm vida muito curta. O aspartame, por exemplo, após 3 semanas de molhado passa a ter gosto de pano velho sujo.

Para evitar isso, soma-se uma infinidade de outros químicos, um para esticar a vida do aspartame, outro para dar buffer (arredondar) o gosto do segundo químico, outro para neutralizar a cor dos dois químicos juntos que deixam o líquido turvo, outro para manter o terceiro químico em suspensão, senão o fundo do refrigerante fica escuro, outro para evitar cristalização do aspartame, outro para realçar, dar 'edge' no ácido cítrico ou fosfórico que acaba sofrendo pela influência dos 4 produtos químicos iniciais, e assim vai... A lista é enorme.

Depois de toda essa minha experiência com produção e estudo de refrigerantes, posso afirmar: Sabe qual é o melhor refrigerante? Água filtrada, de preferência duplamente filtrada, laranja ou limão espremido e gelo... Mais nada! Nem açúcar, nem sal.

(AUTOR: ANÔNIMO - por motivos óbvios)
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ENTÃO, VOCÊ VAI CONTINUAR ESSE MAU HÁBITO OU MUDAR PARA HÁBITOS MAIS SAUDÁVEIS ???
SUA SAÚDE AGRADECE...
LEMBRE-SE SEMPRE:
“O QUE VOCÊ FAZ FALA MAIS ALTO DO QUE O QUE VOCÊ FALA!”


Prof. Dr. Carlos Alexandre Fett

Como ocorre um terremoto


sábado, 12 de março de 2011

A amizade é uma das coisas mais importantes de nossas vidas



Seus amigos podem lhe trazer saúde, riqueza e felicidade - ou tirar tudo isso de você. Veja por que eles são ainda mais importantes do que você imagina.


Em 1937, na Universidade Harvard, começou o maior estudo já realizado sobre a saúde humana. O projeto, que continua até hoje, acompanha milhares de pessoas. Voluntários de todas as idades e perfis, que têm sua vida analisada e passam por entrevistas e exames periódicos que tentam responder à pergunta "o que faz uma pessoa ser saudável?" A conclusão é surpreendente. O fator que mais influi no nível de saúde das pessoas não é a riqueza, a genética, a rotina nem a alimentação. São os amigos. "A única coisa que realmente importa é a sua aptidão social - as suas relações com outras pes-soas", diz o psiquiatra George Valliant, coordenador do estudo há 30 anos. Os amigos são o principal indicador de bem-estar na vida de alguém. Ter laços fortes deamizade aumenta nossa vida em até 10 anos e previne uma série de doenças. Pessoas com mais de 70 anos têm 22% mais chance de chegar aos 80 se mantiverem relações de amizade fortes e ativas - e ter amigos ajuda mais nisso do que ter contato com familiares. Existe até uma quantidade mínima de amigos para que você fique menos vulnerável a doenças, segundo pesquisadores da Universidade Duke. Quatro. Gente com menos de 4 amigos tem risco dobrado de doenças cardíacas. Isso acontece porque a ocitocina - lembra-se dela? -, aquele hormônio que estimula as interações entre as pessoas, age no corpo como um oposto da adrenalina. Enquanto a adrenalina aumenta o nível de estresse, a ocitocina reduz os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, o que diminui a probabilidade de ataques cardíacos e derrames. E pesquisas feitas nos EUA constataram que a ocitocina também aumenta os níveis no sangue de interleucina, componente do sistema imunológico que combate as infecções. 

Além de ser fundamental para o bem-estar mental, ter amigos também faz bem ao coração e ao corpo. Mas, se as amizades forem novas, é ainda melhor. A ocitocina dá o impulso inicial às relações e, depois de algum tempo, cede o lugar para o sistema da memória, que age mais rápido. Há estudos comprovando que amigos antigos não estimulam a liberação de ocitocina (a não ser quando você os reencontra depois de muito tempo longe). Por isso, tão importante quanto ter amigos do peito é fazer novas amizades durante toda a vida. Mas você já reparou que, conforme vai envelhecendo, fica mais difícil fazer novos amigos - e as amizades antigas parecem muito mais fortes? Existe uma possível explicação para isso. Há mais ocitocina no organismo durante a juventude, o que facilita a criação de relações mais profundas. Isso e o convívio, claro. Durante a adolescência, passamos quase 30% do nosso tempo com amigos. A partir daí, a vida vai mudando, novas obrigações vão surgindo - até que passamos a dedicar menos de 10% do tempo aos amigos. Se você acha que isso é uma coisa ruim, acertou. Uma pesquisa da Universidade de Princeton revelou que as pessoas consideram seu tempo com amigos mais agradável e importante do que o tempo gasto com sua família. Nós trocamos os amigos pelo trabalho, para ganhar mais dinheiro. Mas não deve-ríamos fazer isso. Não vale a pena. O dinheiro que você ganha no trabalho, durante o tempo em que não está com os amigos, tampouco compensa a falta deles. 

Quer dizer, mais ou menos. O economista Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, criou uma fórmula para calcular quanto dinheiro seria preciso ter para compensar a falta de amigos. Numa pesquisa com voluntários, Oswald descobriu que as pessoas se consideram mais felizes quando ganham aumento de salário ou fazem um novo amigo. Até aí, nada de novo. Mas ele resolveu cruzar as duas informações e chegou a uma conclusão: ganhar um amigoequivale a receber R$ 134 mil a mais de salário anual. Peça isso de aumento na próxima vez em que você tiver de fazer hora extra e não puder ir encontrar seus amigos no bar. Ou, então, faça mais amigos no próprio trabalho. Sim, esse tipo de amizade existe e também é superimportante. Quem tem umamigo no trabalho se sente 7 vezes mais envolvido com o que faz, 50% mais satisfeito e até duas vezes mais contente com o pagamento que recebe. Pessoas que possuem 3 ou mais amigos no trabalho têm 96% mais chance de estar satisfeitas com a vida (redação da SUPER, aquele abraço). 

Mas só 18% das pessoas trabalham em empresas que estimulam o desenvolvimento de amizades - com áreas de convivência adequadas para que as pessoas se aproximem. Pode parecer um detalhe, mas não é. Um mero café ou refeitório aumenta em 300% as chances de fazer amigos no trabalho. "O problema é quando a interação entre os funcionários se limita a falar mal do chefe", diz o psicólogo Tom Rath, do Instituto Gallup. 

Passa e repassa

Durante 55 anos, 53 mil pessoas de uma cidadezinha em Massachusetts foram monitoradas pelo governo dos EUA. A ideia era medir os índices de arteriosclerose entre os participantes. O monitoramento tinha dados como quem se casou, se separou, mudou de endereço, quem eram seus melhores amigos, quem parou de fumar, engordou ou perdeu peso, quem dizia estar feliz ou triste. Com a ajuda desse projeto, os sociólogos Nicholas Christakis e James Fowler perceberam que vários dos principais comportamentos humanos se espalham pelas nossas redes como se fossem vírus, tendo os amigos como transmissores. Quando uma pessoa se torna obesa, seus amigos têm 45% mais risco de engordar. Amigos de amigos também podem ser afetados. Uma pessoa tem até 20% mais probabilidade de ficar obesa se um amigo do seu amigoficar, e 10% de risco se isso acontecer com o amigo de um amigo de umamigo

O mais interessante é que, se sua mulher ou seu marido se tornar obeso, por exemplo, o seu risco de seguir o mesmo caminho aumenta somente 37%. Ou seja: os amigos têm mais poder sobre as suas atitudes do que qualquer outra pessoa. E isso vale para vários aspectos da sua vida (veja no infográfico). A explicação disso está nos chamados neurônios-espelho, que simulam automaticamente uma ação na nossa cabeça quando vemos alguém executá-la. Nós imitamos inconscientemente alguns gestos e atitudes das pessoas ao nosso redor. Ok, mas os neurônios-espelho também são acionados quando estamos com nossos parentes ou cônjuges. Por que, afinal, os amigos têm mais influência sobre nós? 

ciência ainda não sabe. Mas uma possível explicação é que, como os homens primitivos precisavam fazer alianças para trabalhar juntos na produção de alimentos, e comer é uma necessidade urgente (sem alimento, você e sua família morrem), a amizade tenha sido classificada como prioridade absoluta pelo cérebro - o que perdura até hoje. 

Se isso significa que os amigos trazem felicidade, também podem aumentar suas chances de entrar em depressão. Sabe aquelas pessoas que estão sempre mal, reclamando, e parecem sugar a energia das pessoas em volta? Cada amigotriste, segundo as equações de Christakis e Fowler, coloca você 7% mais para baixo. Mas a felicidade, felizmente, é muito mais potente: ter um amigocontente aumenta a sua chance de ficar feliz em 15,3% - e, a partir dele, cada pessoa alegre contribui com mais 9,8%. 

Agora você entende para que servem, afinal, aqueles colegas do primário que você raramente ou nunca vê - mas insiste em manter na agenda. Ter uma rede social extensa, mesmo que nem todas as relações sejam profundas, provavelmente fará você mais feliz do que ter um grupo pequeno de amigos do peito. E isso ajuda a explicar as transformações profundas pelas quais aamizade tem passado nos últimos 10 anos. Vire a página para saber por quê. 

REDE DE INFLUÊNCIA
Como as características e atitudes dos seus amigos mexem com você.

OBESIDADE
Um estudo feito na Universidade Harvard prova que não basta vigiar a balança - fique de olho também nos seus amigos. Eles têm uma influência enorme sobre o seu peso.
• Se o seu amigo é obeso: +45% risco para você
• Se o amigo do amigo é, seu risco aumenta em 20% 
• Se o obeso é o amigo do amigo do amigo, o risco aumenta 10% 
• Se é o esposo/a, 37%

TABAGISMO
Os pesquisadores também estudaram a maneira como o hábito de fumar se espalhava por um grupo de pessoas conectadas através do tempo, e descobriram que:
• Se um amigo seu começa a fumar, o seu risco de se tornar fumante aumenta 61%
• Se o amigo de um amigo vira fumante, o risco aumenta 29% 
• Se o amigo do amigo de um amigo fuma, o risco cresce 10% 

FELICIDADE
Ela também se espalha pelas redes de amigos. Mas (infelizmente), com menos intensidade.
• Se um amigo está feliz, a sua felicidade aumenta em 15,3% 
• Se o amigo de um amigo está feliz, a sua felicidade cresce 9,8% 
• Se o amigo do amigo do amigo está feliz, seu bem-estar aumenta 5,6% 
• Se é o esposo/a, 8%


Fonte: Revista Superinteressante, escrita por Camila Costa.