quarta-feira, 26 de outubro de 2011

10 dicas para emagrecer com exercícios físicos


1- O Colégio Americano de Medicina Esportiva recomenda a realização de 300 minutos semanais de atividade física para a perda e manutenção de peso. O que representa 60 minutos cinco vezes por semana.

2- Alternar atividades físicas aeróbicas de alta intensidade e curta duração com atividades aeróbicas de baixa intensidade com longa duração é a melhor maneira para estimular a queima de gordura em nosso organismo.
3- Após doze meses realizando a mesma rotina de treinamento o processo de emagrecimento diminui muito. Portanto diversifique os treinos, evolua-os conforme o seu organismo for se acostumando com os estímulos.
4- A musculação é uma ótima arma na ajuda do emagrecimento. O ganho de massa muscular faz com que o nosso organismo gaste mais calorias para se manter.
5- A caminhada é uma das melhores formas de começar a praticar esporte. Ela queima calorias, estimula a musculatura e o sistema cardiorrespiratório e pode ser feita em qualquer lugar.
6- Quanto maior o número de músculos envolvidos no gesto esportivo, mais calorias serão gastas. Exemplo: a corrida gasta mais calorias do que a bicicleta.
7- Antes de iniciar um programa de atividades físicas, procure um médico para saber se o seu organismo esta preparado para o esforço.
8- A melhor maneira de emagrecer com saúde é unir a pratica regular de atividades físicas com uma alimentação saudável.
9- O profissional de Educação Física é o único capaz de orientar, prescrever e evoluir de forma segura um programa de treinamento. Uma boa orientação acelera os resultados e reduz a chance de desistência.
10- Pequenas mudanças trazem grandes resultados. Já pensou em andar mais a pé? Mexa-se!
Bons treinos e boas escolhas...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

População mundial atingirá 7 bilhões no dia 31 de outubro, diz ONU



A população mundial está crescendo em uma velocidade jamais vista e vai chegar a 7 bilhões no dia 31 de outubro, segundo a ONU. Em 2050, este número deve alcançar 9,3 bilhões.

Alguns dos fatores que contribuem para o rápido aumento populacional são a alta taxa de natalidade em alguns países e a maior longevidade da população. Hoje, 893 milhões de pessoas tem mais de 60 anos.

Até a metade deste século, segundo a ONU, este número vai praticamente triplicar, chegando a 2,4 bilhões.

A expectativa de vida média atual é de 68 anos, quando era de apenas 48 anos em 1950.

População envelhecida

No Reino Unido, o número de pessoas com mais de 85 anos mais do que dobrou entre 1985 e 2010 para 1,4 milhão, enquanto o percentual de pessoas com menos de 16 anos caiu de 21% para 19% no mesmo período, segundo estatísticas oficiais.

Aos 85 anos, Helen Moores representa esta faixa da população britânica que está crescendo. Ela vive sozinha em Londres e atribui a longevidade a uma vida ativa e de muito trabalho.

"Eu me alistei no Exército aos 17 anos e servi por 12 anos em diversos países: Cingapura, Hong Kong, Egito e Chipre, onde conheci meu marido, 42 anos atrás", conta ela.

Moores diz que hoje tem uma vida confortável, mas teme que seus netos não tenham tanta sorte. Com a população trabalhando cada vez mais antes de se aposentar, ela acha que há menos oportunidades para jovens saindo da universidade.

"Eu me preocupo com eles. Não sei se vai haver empregos suficientes."

Baby boom

Já na Zâmbia, no sul da África, a grande questão para o governo é o altíssimo número de nascimentos. Com uma população de 13 milhões de pessoas, as estimativas são de que esse número triplique até 2050 e chegue a 100 milhões até o fim do século, fazendo com que o país tenha uma das populações mais crescem no planeta.

Enquanto a fertilidade global caiu de cinco para 2,5 crianças desde 1950, as mulheres de Zâmbia tem seis filhos, em média.

Este também era o número de crianças que Robert e Catherine Phiri, de Lusaka, queriam ter, mas após o nascimento do terceiro bebê, eles não sabem se terão condições de criar mais filhos.

Robert trabalha como agricultor e ganha menos que o salário mínimo.

"É difícil comprar roupas. Todo o dinheiro é usado em comida. Compramos coisas usadas quando podemos", diz Catherine.

Ainda assim, a família tem grandes expectativas para os filhos, incluindo uma menina recém-nascida, que ainda não tem nome.

"Quando ela crescer, quero que ela vá para a escola e universidade para nos ajudar. Temos tão pouco dinheiro e nos preocupamos com o futuro", afirma Robert.

Segundo a ONU, que divulga nesta quarta-feira um relatório sobre o Estado da População Mundial, é preciso mais planejamento e investimento nas pessoas para lidar com a crescente população mundial e suas consequências - a necessidade por mais alimentos, água e energia e a maior produção de lixo e poluição.

"Permitindo que as pessoas melhores suas próprias vidas, podemos apoiar cidades sustentáveis, que sirvam como catalisadoras para o progresso, forças de trabalho produtivas que estimulem o crescimento econômico, populações jovens que contribuam para o bem-estar das economias e sociedades, e uma geração de pessoas idosas saudáveis, que estejam ativamente envolvidas nas questões sociais e econômicas de suas comunidades."
Fonte: uol.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Concepção - Vídeo


Missão impossível? Alimentar o mundo e salvar o planeta



 
Por Mark Fischetti

A população mundial vai ultrapassar a marca de 7 bilhões neste mês e deverá atingir a marca de mais de 9 bilhões até 2050. Assim, o aumento no número de pessoas além de causar um impacto no padrão de vida da população, causará um gigantesco impacto na agricultura mundial, que terá de dobrar a produção até a metade do século.

No entanto, a agricultura e a pecuária já causam impactos assustadores sobre o meio ambiente: a queimada de florestas tropicais para criar mais terra cultivável, o despejo de fertilizantes em áreas que causam o fim da vida em rios e oceanos, a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e o uso de vasta água doce para irrigação. Como poderíamos produzir uma quantidade 100% maior de alimentos sem destruir a imensa terra, água e ar necessários para essa produção?

Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu um plano de cinco etapas que ousadamente reivindica atingir os dois objetivos. O plano é explicado pelo chefe da equipe da University of Minnesota, de Jon Foley, na edição de dezembro de 2011 da Scientific American Brasil. Com uma série de seis mapas do mundo que mostram como o plano poderia funcionar. Ele inclui alguns grandes ganhos no coração dos Estados Unidos, para não mencionar a América do Sul, Europa, Índia, China e África.

Fonte: Sciam

A dieta (re)acertada



Grande parte dos médicos e nutricionistas tem disseminado receitas erradas para perder peso. Um simulador na internet que leva em conta mudanças no metabolismo do corpo desfaz alguns mitos sobre programas de emagrecimento.
Por: Cássio Leite Vieira
A dieta (re)acertada
Segundo estudo norte-americano, fórmulas aparentemente fáceis de dieta, como o corte de 500 calorias/dia para perder peso de forma regular, estão equivocadas, pois ignoram as mudanças no metabolismo corporal. (foto: Sxc.hu/ typofi)
No mundo, há 0,5 bilhão de obesos. Esse é um dos números (aterrorizadores) estampados na prestigiosa revista científica The Lancet em recente edição especial sobre essa epidemia global. Entre tantos quadros e cifras (e cenários pessimistas), umartigo se destaca: grande parte dos médicos e nutricionistas tem disseminado receitas erradas para perder peso.
É provável que o leitor já tenha escutado (ou sido submetido a) fórmula aparentemente fácil de dieta: corte 500 quilocalorias/dia (usualmente, diz-se apenas 500 calorias/dia) para emagrecer. Com isso, acredita-se, a pessoa perderá peso de forma regular (aproximadamente, 0,5 kg/semana).
Os autores do artigo são taxativos: essa suposição está equivocada, porque ignora as mudanças do metabolismo do corpo com a alteração no que se come. Pior, dizem eles, leva a expectativas drasticamente errôneas sobre o quanto se emagrece.
O simulador está disponível na internet e a interface é razoavelmente amigável
As conclusões de Kevin Hall, dos Institutos Nacionais de Saúde (EUA), e colegas estão baseadas em um programa de computador que, segundo eles, leva em conta tanto o metabolismo quanto outros fatores na hora de planejar a dieta.
Para tornar o cenário mais visível, exemplo prático: na ‘velha’ (e atual) forma de fazer as contas, com o corte de 250 calorias/dia (equivalente a uma barra de chocolate), em três anos, a pessoa perderá cerca de 35 kg. Segundo o novo modelo, essa cifra seria algo como 11 kg, perdidos assim: metade no primeiro ano e o restante ao final dos outros dois.
O lado prático do artigo é que esse simulador está disponível (em inglês) na internet. A interface é razoavelmente amigável – é bem verdade que a coisa foi feita mais para profissionais da saúde. Com alguma paciência, é possível usar o programa. Coloca-se ali peso atual, meta desejada, nível de atividade física, sexo, idade, altura, tempo desejado da dieta etc. e, em segundos, o programa devolve tabelas de calorias, gráficos, entre outros dados.

Liderança governamental

Uma pessoa é considerada obesa caso seu índice de massa corporal – IMC: peso (em kg) dividido pela altura (em metros) elevada ao quadrado – seja maior que 30 kg/m2 – de 25 a 29,9 kg/m2 a pessoa tem sobrepeso. Normal: 18,5 a 24,9 kg/m2. Abaixo do peso ideal (por vezes, magreza preocupante): abaixo de 18,5.
Obeso
Há hoje 500 milhões de pessoas obesas no planeta. A epidemia mundial de obesidade foi desencadeada por fatores como aumento da renda ‘per capita’, maior consumo de alimentos não saudáveis e mais uso de carros. (foto: Tony Alter/ Flickr – CC BY 2.0)
Os números da obesidade mundial espantam por seu peso e volume: i) 500 milhões de pessoas são obesas no planeta; ii) cerca de 1,5 bilhão têm sobrepeso; iii) 170 milhões de crianças estão com sobrepeso ou são obesas; iv) de 2% a 6% dos custos dos serviços de saúde em muitos países estão ligados à obesidade; v) nos Estados Unidos e na região ocidental da Austrália, a obesidade já passou o tabaco em mortes por causas evitáveis; vi) em 2030, serão 65 milhões e 11 milhões de obesos a mais nos Estados Unidos e no Reino Unido, respectivamente, aumentando casos de diabetes, doenças cardíacas, derrames e câncer, com custo de bilhões de dólares em saúde pública para cada uma dessas nações.
A (pequena) parte boa do quadro é que França, Suécia e Austrália têm relatado baixa na taxa de obesidade infantil.
Segundo os autores, a obesidade é um fenômeno que se iniciou nas décadas de 1970 e 1980, em países de alta renda per capita. Alguns fatores desencadeadores, além do aumento da renda: maior consumo de alimentos (não saudáveis), mais uso de carros, elevação de empregos em que atividade física praticamente não é necessária. Desde então, a epidemia mundial vem crescendo.
No Brasil, as taxas de obesidade têm aumentado consideravelmente para mulheres de baixa renda
Em países de alta renda per capita, a obesidade é mais prevalente em pobres, de ambos os sexos, diferentemente do que se observa em países de baixa renda, onde o fenômeno se inicia em adultos de meia idade (especialmente, mulheres) de centros urbanos mais desenvolvidos, para depois se espalhar pelo resto da população, à medida que cresce o produto interno bruto.
O aumento da obesidade em países de média e baixa renda cria um duplo problema: obesos de um lado, mal nutridos de outro. No Brasil, diz o artigo, as taxas de obesidade têm aumentado consideravelmente para mulheres de baixa renda. Mas o país ganha elogio: “Alguns países, notavelmente o Brasil, têm dado passos substanciais em programas nacionais de monitoramento, restringindo o mercado para crianças e melhorando a comida nas escolas.”
Fonte:
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2011/286/a-dieta-re-acertada


domingo, 16 de outubro de 2011

Ingerir pouca proteína aumenta a fome, diz estudo



  • Os voluntários que consumiram menos proteína ingeriram mais de mil calorias extras
    Os voluntários que consumiram menos proteína ingeriram mais de mil calorias extras
Comer pouca proteína aumenta a fome e o consumo de lanches, aponta estudo realizado pela Universidade de Cambridge. Cientistas comprovaram que comer um pouco mais do que a quantidade média de alimentos como carne, peixe, ovos e nozes pode ajudar a perder um quilo por mês.
Pesquisadores descobriram que pessoas que consumiam apenas 10% de proteínas ganhavam 260 calorias a mais do que os que consumiam 15%. Essas calorias extras eram obtidas por lanches antes das refeições.
Os pesquisadores recrutaram 22 voluntários, todos de peso saudável e com idade entre 18 e 51 anos, para viver e comer sendo observados por eles. Diariamente eram oferecidos alimentos que pareciam os mesmos, mas tinham diferentes níveis de proteína.
A quantidade de gordura, por sua vez, foi constante, 30% do total de calorias da refeição, enquanto a proteína variou em 45%, 50% e 60% do total da refeição.
Os voluntários fizeram a mesma quantidade de exercícios (uma caminhada de uma hora por dia) e outras atividades para que nenhum deles comesse apenas por tédio ou estresse.
O estudo apontou que as pessoas que consumiram menos proteínas ingeriam em média 1.036 calorias extras durante um período de quatro dias, enquanto os que ingeriam mais proteínas não comiam a mais do que já era dado pelos cientistas.
Além disso, os que comeram mais proteína sentiam mais saciedade. O estudo foi publicado na revista PLoS One.
Fonte: www.uol.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A proibição dos medicamentos emagrecedores no Brasil



Finalmente a novela da proibição dos medicamentos emagrecedores chegou ao fim. Foram muitos meses de debates e argumentação da maioria das sociedades médicas que cuidam dos pacientes obesos para que a Anvisa reavaliasse sua posição inicial de proibir todos os medicamentos emagrecedores com ação no sistema nervoso central. Ontem, dia 04 de outubro, o veredito foi revelado e a decisão poupou a sibutramina e aboliu os demais redutores de apetite conhecidos como derivados da anfetamina, o femproporex, a anfepramona e o mazindol.
Os medicamentos que tiveram seus registros cancelados são comercializados no Brasil há mais de 30 anos e são conhecidos por seus potentes efeitos redutores do apetite e estimulantes do sistema nervoso central. Com tanto tempo de uso, esses medicamentos são bem conhecidos e nada deles nos escapa da observação clínica. Sabemos muito bem quem pode ou não utilizá-los e os próprios pacientes fazem a seleção natural da possibilidade de uso, uma vez que seus efeitos colaterais são bem definidos.
O uso dos derivados anfetamínicos sofreu redução significativa após a descoberta da sibutramina há cerca de 15 anos e principalmente após a proibição de sua associação com os ansiolíticos. Atualmente, esses medicamentos tem sua indicação restrita a um pequeno número de pacientes que os tolera muito bem e com um efeito emagrecedor muito bom. Infelizmente, sabemos que seu uso continua ocorrendo sob a forma de prescrições irregulares, sem uma vigilância adequada e com o aval da pouca informação de alguns pacientes.  
Quando discutimos as formas ideais de perda de peso, nós descobrimos que elas são de muito difícil execução. Ninguém prefere tomar remédios, porque gosta deles. A maioria das pessoas que toma remédios para emagrecer declara não conseguir seguir um plano alimentar e mudar estilo de vida. A obesidade é uma doença crônica como o diabetes ou a hipertensão arterial. Não se pode ter tanto preconceito com o tratamento medicamentoso da obesidade como vem ocorrendo. É bem certo que há erros médicos, de vigilância e dos próprios pacientes. Mesmo assim, esses pacientes precisam de tratamento e para muitos deles, esse tratamento só é possível com o uso de medicamentos.
Nós entendemos que a proibição não resolverá o problema do abuso de medicamentos para emagrecer. O uso indevido e clandestino continuará ocorrendo. A decisão da Anvisa punirá justamente quem segue os ditames da agência reguladora Inicialmente a Anvisa estava firmemente decidida a proibir todos os medicamentos emagrecedores disponíveis no Brasil. Após grande reação da classe médica envolvida no tratamento da obesidade, resolve proibir os derivados da anfetamina.
O problema da obesidade deve ser encarado com maior cuidado e sem tanto preconceito. Precisamos conseguir fazer vigilância. Não nos pergunte como, pois não sabemos. Não é esse o nosso papel. O nosso trabalho foi sempre multidisciplinar e a Nutrição sempre teve um destaque em nossa equipe. Sabemos muito bem da grande dificuldade que enfrentamos para o tratamento da obesidade. Não podemos abrir mão dos medicamentos e tratar a obesidade apelando apenas para a força de vontade dos nossos pacientes, como se eles fosses obesos por falta de força de vontade. A história é muito mais complexa e envolve os tempos modernos, a política de alimentos, a indústria alimentícia, o trabalho nas empresas e a estrutura das famílias. É muito simplista dizer que médicos e pacientes estão errados e devem ser punidos com a suspensão dos medicamentos. Porque usam mal, porque são irresponsáveis, porque não tem força de vontade. Precisamos educação nas escolas, regras mais rigorosas à indústria de alimentos e de uma legislação que pare de punir os pacientes e seus médicos e enfrentem o problema da obesidade em todas as suas vertentes.

Novas evidências dos malefícios dos suplementos vitamínicos



Uma a uma das vitaminas em cápsulas vem se revelando como um  grande equívoco quando o assunto é prevenção de doenças. Agora é a vez da vitamina E. Ela acaba de sofrer mais um duro golpe em sua credibilidade como suplemento vitamínico ao ser associada a um aumento do risco de câncer de próstata. 
Acaba de ser publicado no Journal of American Medical Association, JAMA, os resultados de um grande estudo multicêntrico chamado SELECT. O estudo avaliou 35.000 homens durante sete anos com o objetivo de confirmar a hipótese de que a vitamina E e o Selênio pudessem agir na prevenção do câncer de próstata. Os resultados foram diametralmente opostos à hipótese inicial pois houve um aumento significativo dos casos desse tipo de câncer nos homens que utilizavam suplemento de vitamina E quando comparados ao grupo que recebeu placebo.
O Selênio não foi poupado nesse trabalho científico, pois um grupo de 8000 pacientes usou esse suplemento, também com a expectativa de ser protetor. Mais uma decepção. O Selênio também não foi protetor e foi associado a um maior risco de câncer de próstata, embora sem a força estatística demonstrada pelo grupo que recebeu a vitamina E.
Esses resultados não são nenhuma novidade. Em 2005 a maior vedete das vitaminas antioxidantes já havia sofrido um grande abalo, quando um estudo  publicado na revista Annals of Internal Medicine, analisando 136.000 pacientes, revelou que doses iguais ou superiores a 400UI de vitamina E poderiam aumentar a taxa de mortalidade por todas as causas e deveriam ser evitadas.
Para reforçar o coro contra os suplementos vitamínicos, em fevereiro de 2007, uma grande revisão de 385 trabalhos científicos com 232.600 pacientes foi publicada no mesmo jornal do estudo SELECT, avaliando o efeito antioxidante dos suplementos vitamínicos sobre a taxa de mortalidade por doenças em geral. O resultado só veio confirmar os estudos anteriores: “o tratamento com beta caroteno, vitamina A e vitamina E pode aumentar a taxa de mortalidade... Não há evidência de que a vitamina C possa aumentar a longevidade... O papel potencial do selênio ainda necessita de futuros estudos”, informava o artigo nas palavras de seus autores.
Esses resultados são contundentes em revelar que a história do ditado  “ se não fizer bem, mal não faz” é totalmente furada.  É preciso uma maior cautela das prescrições médicas de vitaminas, conscientização das pessoas sobre os riscos desses suplementos e rigor das agências reguladoras na legislação do uso dos suplementos e suas propagandas. Já está na hora de todos esses segmentos da sociedade -  médicos, pacientes e agências reguladoras – entenderem que a aura de inofensivos dos suplementos vitamínicos não passa de um grande engano. 

Fonte: 
http://comersemculpa.blog.uol.com.br/

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Exercícios aeróbicos são os mais eficientes para perder barriga



Esse tipo de treino queimou 67% calorias a mais do que o de resistência


Exercícios aeróbicos são a melhor aposta quando o objetivo é perder as gordurinhas da barriga. É o que diz um estudo realizado pela Duke University Medical Center, nos Estados Unidos.

Para chegar aos resultados, que foram publicados no American Journal of Physiology, 196 adultos sedentários e com sobrepeso, entre 18 e 70 anos, foram acompanhados por seis meses. Eles foram divididos em três grupos: os que realizaram apenas treino aeróbico, apenas treino de resistência ou uma combinação dos dois. O grupo dos exercícios aeróbicos fez exercícios equivalentes a 12 quilômetros de corrida por semana, usando 80% da frequência cardíaca máxima. O grupo do treino de resistência fez três séries de oito a 12 repetições, três vezes por semana. Já o terceiro grupo realizou ambos os treinos. Todos os programas de exercícios foram acompanhados de perto e monitorados, o que garantiu o máximo esforço dos voluntários.

Ao final do acompanhamento, percebeu-se que o treino de resistência não causou reduções significativas na gordura visceral. No entanto, o treino aeróbico reduziu significantemente os níveis dessa gordura e também do fígado - esse treino queimou 67% calorias a mais do que o treino de resistência. A combinação dos aeróbicos com o treino de resistência obteve resultados similares ao treino aeróbico sozinho.

Exercícios aeróbicos também apresentaram melhor desempenho em melhorar a resistência insulínica em jejum e em abaixar os níveis de triglicérides, além de reduzir a taxa de enzimas nos fígados. Esses três itens são fatores de risco para diabetes e doenças cardíacas. 
Saiba como correr para perder a barriga 

Quem tem pressa em perder peso não pensa duas vezes na hora de acelerar o passo: a corrida é, realmente, uma das melhores atividades físicas para emagrecer com saúde. O esporte aumenta o metabolismo, fazendo a queima de calorias acontecer mais rapidamente. Por isso, o consumo maior de energia não se restringe aos minutos de treino, mas ao dia todo. Muitos defendem que a corrida leve é ideal para perder peso, numa prática com mais de 30 minutos. Nem sempre. O que emagrece mesmo é a continuidade da atividade física, com exigência crescente de esforço. O aumento do metabolismo, provocado pela atividade física, faz com que o organismo continue acelerado por mais alguma horas, depois do exercício. Ou seja, não é só durante a atividade física que há queima de gordura.

Com aumento do gasto calórico e uma dieta balanceada, seu corpo reage queimando as reservas de gordura. Por isso, as atividades mais longas ou mais intensas têm gasto energético-calórico maior e agradam mais quem busca resultados em pouco tempo.

A gordura abdominal, entretanto, exige uma tática específica para derreter. Contra ela, o mais eficaz é um programa de corrida ou caminha com variação de intensidade no mesmo treino. Isso, claro, sem exageros que levem a lesões. Os picos de treino obrigam o corpo a queimar energia até das fontes mais difíceis. Daí o consumo da gordura visceral.

Mas se você mantinha uma rotina sedentária, vá com calma. Lembre-se que o exagero de hoje pode significar até uma semana sem treinar. Respeite o seu ritmo e, na dúvida, peça orientação ao seu professor.

Fonte:www. minhavida.com.br

domingo, 9 de outubro de 2011

Como solucionar a crise da obesidade



Apesar de a ciência ter revelado muito sobre os processos metabólicos que influenciam o peso, a solução para esse desafio pode estar no estudo do comportamento social
por David H. Freedman
A obesidade é uma crise de saúde em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos, se as tendências atuais continua rem, em breve será o fator mais importante de morte precoce, redução da qualidade de vida e de gastos com cuidados de saúde, ultrapassando o tabagismo.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (CDC/USA), um terço dos adultos é obeso, outro terço está com sobrepeso e, a cada ano, os americanos engordam mais. Um estudo publicado no periódico Journal of the Adereçam Medical Association indicou que a obesidade é responsável por mais de 160 mil “excessos” de mortes por ano no país. Segundo pesquisadores da George Washington University, uma pessoa obesa custa mais de US$ 7 mil por ano para a sociedade, devido à perda de produtividade e custos adicionais com tratamentos médicos. Os gastos com cuidados de saúde ao longo da vida de uma pessoa com excesso de peso de 30 quilos ou mais somam US$ 30 mil, dependendo da etnia e do sexo.

Tudo isso confere urgência a essa questão: por que é tão difícil emagrecer e se manter no peso ideal? A resposta não parece difícil. A fórmula básica para a perda de peso é simples e bem conhecida: consumir menos calorias do que se gasta. Mas se realmente fosse fácil, a obesidade não seria o principal problema de saúde relacionado ao estilo de vida. Para uma espécie que evoluiu para consumir alimentos altamente energéticos – em um ambiente onde a fome era uma ameaça constante – perder peso e permanecer magro em meio à abundância, alimentado por mensagens de marketing e por calorias vazias e baratas, realmente é difícil. A maior parte das pessoas que tenta fazer um regime parece falhar a longo prazo – uma revisão de 31 estudos sobre dietas de redução de peso, feita pela Adereçam Psychological Association, em 2007, identificou que, após dois anos, cerca de dois terços das pessoas acabam pesando mais que antes do início do regime.

A ciência tem aperfeiçoado suas armas nessas batalhas. A agência americana National Institutes of Health (NIH) gasta cerca de US$ 800 milhões por ano em estudos sobre os fatores metabólicos, genéticos e neurológicos da obesidade. Em seu orçamento para pesquisas em obesidade de 2011, o NIH indicou os caminhos mais promissores, nesta ordem: uso de modelos animais para a determinação das funções de proteínas em tecidos específicos; estudo das vias de sinalização complexas no cérebro e entre o cérebro e outros órgãos; identificação de variações genéticas relacionadas à obesidade e dos mecanismos epigenéticos que regulam o metabolismo.

As pesquisas têm trazido informações importantes sobre como as proteínas interagem no organismo para extrair e distribuir a energia dos alimentos e produzir e armazenar gordura; como o cérebro indica que estamos com fome; por que alguns de nós parecem ter nascido com maior probabilidade de ser obesos e se a exposição a determinados alimentos e a substâncias tóxicas pode modificar ou mitigar alguns desses fatores. Os estudos também têm sugerido à indústria farmacêutica diversos alvos potenciais para o desenvolvimento de medicamentos. Mas, ainda assim, sem sucesso.

Talvez um dia a biologia desenvolva uma solução que gerencie o metabolismo para queimar mais calorias ou modifique desejos e assim passemos a preferir, por exemplo, brócolis a bifes. Mas, até lá, a melhor estratégia podem ser métodos comportamentais-psicológicos desenvolvidos ao longo dos últimos 50 anos. Centenas de estudo comprovaram sua eficiência.

Como Chegamos Aqui O desespero das pessoas obesas e com sobrepeso está refletido no fluxo constante de conselhos despejados por fontes tão diferentes quanto revistas científicas, best-sellers, jornais ou blogs. Nosso apetite por qualquer tipo de dieta de emagrecimento ou artifício que traga a promessa da perda rápida de peso parece tão insaciável quanto o desejo por alimentos que engordam. Gostamos de acreditar em soluções engenhosas indicadas pelos meios de comunicação, destacando novas descobertas científicas, em manchetes sucessivas, como se fossem soluções. Mas isso não adianta, pois, com frequência, elas parecem estar em conflito.
Um estudo publicado na Adereçam Journal of Clinical Nutrition, por exemplo, constatou uma associação entre maior consumo de laticínios e perda de peso. Mas uma análise posterior, que saiu na edição de maio de 2008, da Nutrition Reviews não confirmou essa associação. Um artigo publicado na Journal of Occupational and Environmental Medicine de janeiro de 2010 sugere a associação entre estresse no trabalho e obesidade. Mas, de acordo com outro artigo, publicado na Obesity de outubro de 2010, essa relação também não existe. Parte das dificuldades nessa área de saúde pública é que os pesquisadores parecem os cegos da parábola onde se tenta conhecer um elefante tateando diferentes partes do corpo do animal. O fato é que as conclusões de pesquisas individuais são apenas peças de um quebra-cabeça. Quando as pesquisas são analisadas em conjunto, fica claro que a solução para o problema da obesidade não pode ser obtida com a indicação de consumir esse ou aquele tipo de alimento, ou pela adoção de outra ação simples.

Muitos fatores contribuem para esse problema: o excesso de peso está relacionado, em parte, ao ambiente (hábitos alimentares de amigos, tipo de alimento mais disponível em casa e lojas locais, oportunidade para se movimentar no trabalho). O complemento disso pode estar na biologia (algumas pessoas podem ter predisposição genética para armazenamento maior de gordura, limites de saciedade maiores e paladar mais sensível). E, em parte ainda, por aspectos econômicos (alimentos com alto teor calórico mas níveis reduzidos de nutrientes são mais baratos que produtos frescos). E isso é também obra do marketing – as empresas de alimentos são mestres em explorar a natureza social humana e de nossa “programação” evolutiva, produzindo alimentação não saudável, mas rentável. É por tudo isso que soluções simplistas falham.

ESFORÇO E RECOMPENSA
Em dietas de emagrecimento e exercícios físicos, contamos com a força de vontade para superar impulsos de comer em excesso. Assim, desfrutamos da recompensa de ficarmos esbeltos e atraentes para nos manter no caminho. É gratificante perder peso, mas infelizmente o tempo trabalha contra nós. À medida que o peso diminui temos mais fome, com desejos mais intensos, e também exaustão com os exercícios físicos. Enquanto isso, a perda de peso inevitavelmente desacelera porque o metabolismo tenta compensar a privação, tornando-se mais parcimonioso com as calorias. Nessas condições, a punição por seguirmos com a dieta de perda de peso se torna cada vez mais dura e constante, afastando a recompensa esperada para o futuro. “Essa lacuna entre o reforço para se alimentar mais, e talvez perder peso meses mais tarde, é um desafio enorme”, avalia Sungwoo Kahng, pesquisador da área de neurocomportamento da faculdade de medicina da Johns Hopkins University e do Instituto Kennedy Krieger, nos Estados Unidos.

Até o momento, a forma mais bemsucedida de perder peso, pelo menos uma quantidade moderada dele, é manter essa perda, com uma dieta equilibrada e prática de exercícios físicos, combinada com programas de mudanças de comportamento. A abordagem comportamental envolve pequenos ajustes nos hábitos alimentares e na prática de exercícios físicos, com o incentivo de pessoas próximas e do ambiente.

As pesquisas defendendo abordagem behaviorista foram iniciadas há mais de meio século, época do desenvolvimento da análise comportamental proposta pelo psicólogo B. F. Skinner, da Harvard University. Esse campo é baseado na ideia de que os cientistas não podem saber o que está acontecendo no cérebro de uma pessoa, e, mesmo a ressonância magnética funcional (o estado da arte para essa exploração) é insuficiente para isso. Mas os pesquisadores podem observar e medir, de forma objetiva e reproduzível, o comportamento físico e o ambiente em que ele ocorre, e isso permite identificar as relações entre o ambiente e o comportamento.

A eficácia das intervenções comportamentais tem sido amplamente demonstrada para uma grande variedade de doençase problemas de comportamento. Uma análise publicada na Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology em 2009 concluiu que “a intervenção comportamental precoce e intensiva deve ser a intervenção de escolha para crianças com autismo”. Uma revisão sistemática, patrocinada pelo painel independente de especialistas U.S. Preventive Services Task Force, observou que até mesmo um aconselhamento comportamental breve é capaz de reduzir entre 13% e 34% o número de bebidas ingeridas por dependentes por quatro anos. Revisões da literatura têm encontrado resultados similares sugerindo o sucesso do uso de intervenções comportamentais em desafios tão diversos como a redução da gagueira, aumento do desempenho atlético e melhora da produtividade no trabalho.

Para combater a obesidade, os analistas comportamentais examinam as influências ambientais relacionadas ao problema: que fatores externos levam as pessoas a comer demais ou consumir alimentos apenas calóricos e quais encorajam uma alimentação saudável? Em que situações os comportamentos e os comentários dos demais afetam a alimentação não saudável? O que parece efetivamente encorajar uma alimentação saudável em longo prazo? O que pode reforçar a prática de exercícios físicos?



Desde a década de 60, os estudos focados em aspectos comportamentais sobre a obesidade e dietas de redução de peso reconheceram algumas condições básicas que parecem relacionadas a uma maior chance de perder peso e manter o emagrecimento: mensurar e registrar de forma rigorosa as calorias consumidas, praticar exercícios físicos; adotar mudanças pequenas e graduais, evitando alterações drásticas; consumir uma dieta equilibrada, com pouca gordura e açúcar; definir objetivos claros e modestos, focando mudanças de hábitos de vida em vez de dietas de emagrecimento de curto prazo e, especialmente, participar de um grupo de apoio para receber incentivo e reconhecimento do esforço despendido.

Se essas estratégias soam como conselhos antigos e bem conhecidos é porque têm sido popularizadas por quase meio século pelos Vigilantes do Peso. Fundado em 1963 como forma de apoio a pessoas que fazem dietas de redução de peso, esse grupo adicionou em suas práticas outras abordagens e conselhos de acordo com dados de estudos comportamentais e desenvolveu- se como um “programa de mudança de comportamento”. “Quaisquer que sejam os detalhes de como perder peso, a base é sempre a mudança de comportamento”, resume a pesquisadora da área de nutrição e chefe científico dos Vigilantes do Peso, Karen Miller-Kovach, para quem “isso é uma habilidade aprendida”.

Estudos recentes voltaram a utilizar a abordagem comportamental para a perda de peso. Uma revisão da literatura de 2003, solicitada pelo U.S. Department of Health and Human Services, concluiu que “o aconselhamento e as intervenções comportamentais proporcionaram graus moderados de perda de peso, sustentáveis por pelo menos um ano” – e um ano é uma eternidade no mundo do emagrecimento.

Uma análise de oito programas populares de redução de peso, publicada em 005 pelos Annals of Internal Medicine, descobriu que o programa Vigilantes do Peso (na época, em sua revisão pré-2010) é o único eficaz, possibilitando perda de peso de 3% mantida durante os dois anos do estudo. Neste ínterim, um estudo publicado na Journal of the American Medical Association (Jama), em 2005, verificou que os Vigilantes do Peso – junto com a dieta Zone, que também recomenda uma alimentação balanceada com proteínas, carboidratos e gorduras – obtiveram o maior percentual (65%) de adesão durante um ano, em relação a outras dietas. Os autores da pesquisa destacaram que “o nível de adesão foi o fator determinante dos benefícios clínicos, mais que o tipo de dieta”.

Um estudo de 2010 publicado na Journal of Pediatrics constatou que, após um ano, crianças que passaram por terapia comportamental mantiveram índice de massa corporal (IMC) 1,9 a 3,3 vezes inferior ao de crianças que não fizeram a terapia (índice de massa corporal é a relação numérica entre o peso e a altura; IMC igual ou menor que 18,5 indica que a pessoa está com peso abaixo do normal, enquanto um valor superior a 25 é considerado peso acima do normal).
Algumas evidências sugerem que “essas melhorias podem ser mantidas ao longo dos 12 meses após o término do tratamento. Um estudo publicado na Obesity em 2010 observou que os participantes do Take Off Pounds Sensibly (TOPS) – organização, sem fins lucrativos, que utiliza a mudança comportamental para a perda de peso – mantiveram uma redução entre 5% e 7% do seu peso corporal durante os três anos da investigação.

Em 2010, a organização britânica Medical Research Council divulgou uma pesquisa de longo prazo demonstrando que os programas baseados em princípios comportamentais têm mais possibilidades de ajudar as pessoas a
perder e manter o peso que outras abordagens (esse estudo foi financiado pelo
Vigilantes do Peso, mas sem a participação dessa organização).

Nos últimos anos, alguns pesquisadores voltaram a atenção para o aprimoramento, ampliação e adequação das técnicas comportamentais, obtendo resultados encorajadores. Michael Cameron, chefe do departamento de pós-graduação em análise do comportamento da Simmons College e membro do corpo docente da Harvard Medical School, por exemplo, está concentrando suas pesquisas nas técnicas comportamentais. Há um ano Cameron desenvolve um estudo com quatro pessoas – em geral analistas comportamentais utilizam grupos pequenos ou mesmo uma única pessoa, para adaptar uma intervenção de forma mais detalhada e observar efeitos individuais – que se reúnem com ele por videoconferências para reforço, avaliação de peso (com a transmissão dos dados por redes sem fio) e terem suas dietas otimizadas. Neste último caso, tanto para reduzir a densidade calórica como para atender a preferências alimentares individuais. Alimentos favoritos são usados como recompensa para a prática do exercício físico. Até agora, as pessoas perderam entre 8% e 20% do peso corporal.

Matt Normand, analista do comportamento da University of the Pacific, está pesquisando estratégias para seguir com mais precisão a ingestão e o gasto calórico das pessoas. Entre elas se incluem a coleta de recibos de compra de alimentos, fornecimento de listas de alimentos para ser anotado o que se está consumindo, uso de vários tipos de pedômetros, contadores de passos em caminhadas e outros dispositivos para medir a atividade física. Informações diárias detalhadas sobre fluxo de calorias são oferecidas aos participantes. Segundo um estudo publicado por Normand, três dos quatro voluntários para a
pesquisa reduziram a ingestão de calorias para níveis recomendados.

Richard Fleming, pesquisador do Shriver Center da University of Massachusetts Medical School's, avalia formas de incentivar pais a orientar seus filhos para escolhas mais saudáveis. Uma das técnicas consideradas úteis pela pesquisa é mostrar para os pais a porção adequada dos diferentes alimentos. Outro truque de sucesso: deixar as crianças escolherem uma recompensa em uma pequena loja de alimentos, enquanto caminham por ela. “As crianças podem realmente responder a essa recompensa por serem ativas”, garante ele.

Por que as intervenções comportamentais são efetivas? Segundo Laurette Dubé, que realiza pesquisas na área de marketing e sobre os aspectos psicológicos do estilo de vida na McGill University's Faculty of Management, em nosso meio ambiente, esforços de marketing, sofisticados e onipresentes, alimentam-se da necessidade natural de gratificação sensorial e vulnerabilidade à desinformação. Além disso, a má alimentação e a pouca prática de exercícios físicos observadas em amigos, familiares e colegas servem como exemplo. Essencialmente, as intervenções comportamentais buscam transformar esse ambiente parauma situação em que as necessidades de informações, gratificação e estímulo social encorajem o consumo de alimentos saudáveis e a adoção de exercício físico. “Quando recebemos as mensagens corretas, de forma adequada, temos melhor chance de resistir ao desejo de comer mais que precisamos”, avalia Dubé.

Mudança na política Os Vigilantes do Peso, de longe o programa mais popular, conta com apenas 600 mil membros em suas fileiras nos Estados Unidos. Isso significa que menos de um em cada 100 obesos americanos e cerca de uma em cada 200 pessoas com sobrepeso participam de um programa de modificação comportamental formal. Mas a política pública pode estar mudando. O U.S. Surgeon General's Office e o Centers of Disease Control and Prevention (CDC) têm afirmado que as abordagens comportamentais são a principal arma na cruzada contra a obesidade. A campanha contra a obesidade infantil Let's Move, lançada pela primeira-dama americana Michelle Obama, é composta quase inteiramente por recomendações sobre comportamentos que levam à perda de peso, ou seja, estimula a busca por formas de incentivar as crianças a comer alimentos menos calóricos e a se tornarem mais ativas, de forma prazerosa.


A recente proposta de proibição da entrega de brinquedos junto com o McLanche Feliz da rede McDonald's, em São Francisco, sugere que as autoridades podem estar se preparando para pressionar a indústria de alimentos contra a contaminação do ambiente com táticas de marketing que colaboram para a obesidade. Para facilitar e tornar mais tentadora a compra de alimentos mais saudáveis, nas áreas mais pobres dos Estados Unidos, as comunidades com maior excesso de peso, a Casa Branca propôs subsidiar os preços de frutas e legumes. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, está entre os que defendem a modificação dos programas assistenciais, restringindo a compra de bebidas com alto teor de açúcar. Em 2010, foi promulgada a taxação de 6% de impostos sobre as bebidas açucaradas em Washington, DC. A cidade de Nova York também tem oferecido cupons para compra de produtos em mercados de fazendeiros (feiras) para famílias de baixa renda e incentivos às lojas para oferecerem alimentação mais saudável.

Especialistas estão tentando pressionar o governo a reescrever os códigos de zoneamento e de construção para garantir que bairros e edifícios favoreçam os pedestres, ciclistas e usuários de escada. Um estudo realizado em 2009, por pesquisadores da Louisiana State University Medical School, identificou que se uma pessoa aumentar em apenas 2,8% o uso de escadas, pode evitar o adicional de uma libra (0.45 kg) de peso por ano. A correlação entre níveis de atividade física e peso saudável é um dos pressupostos mais bem estabelecidos na pesquisa sobre a obesidade, de acordo com William M. Hartman, psicólogo e diretor do programa comportamental Weight Management Program do California Pacific Medical Center, de São Francisco.

Aumentar o acesso à terapia comportamental é também um recurso. Muitas
pessoas com sobrepeso podem precisar apenas de ferramentas on-line para o monitoramento, suporte e compartilhamento do progresso, que se revelaram
moderadamente efetivas em estudos. Outras podem necessitar de intervenções mais intensivas e personalizadas, como as que Cameron desenvolve. O tratamento com a terapia comportamental seria necessário apenas por um ou dois anos para estabelecer novos hábitos alimentares e de exercícios físicos permanentes, e a economia trazida por essa mudança de comportamento pode continuar por toda a vida.

Ao menos nos Estados Unidos ainda é cedo para dizer se a população aceitará os esforços do governo para empurrá- -la para escolhas mais saudáveis. Em São Francisco, o plano para proibir o McLanche Feliz provocou reações iradas em uma comunidade conhecida por ser especialmente favorável às iniciativas de saúde pública, e, por isso, o então prefeito, Gavin Newsom, vetou o projeto. Os esforços da campanha Let's Move para a introdução de alimentos mais saudáveis nas cantinas escolares têm sido intensamente criticados como uma grande intrusão. Mesmo com a eventual implementação completa dessas estratégias em todo o país, não há como prever se vão reduzir significativamente a obesidade. A atual taxa de obesidade americana está muito além do que já havia ocorrido no planeta, portanto, uma solução em larga escala será um experimento de mudança de comportamento em massa.

fonte:
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/como_solucionar_a_crise_da_obesidade_5.html