sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

AIDS: O que aprendemos com ela?

A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) entrou para a história provocando efeitos colaterais na ciência. Diante de um problema desconhecido e altamente letal, investimentos astronômicos foram canalizados para os centros de pesquisa. Um vírus, o da imunodeficiência humana (HIV), movimentou uma caça às bruxas e, quando descoberto, tornou-se inimigo público número 1. O clima era o de ameaça à espécie humana, mas estávamos prestes a entender, com detalhes, alguns dos mecanismos que explicam a vida. Os resultados dos estudos focados na nova epidemia transbordaram, isto é, não ficaram restritos à aids. “A doença acelerou o progresso científico”, observa o infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor de A História da Humanidade Contada pelos Vírus (Ed. Contexto).







Em meio a essa corrida, que invadiu o século 21, aprendemos como é organizado nosso sistema imunológico e desvendamos a natureza e as estratégias de ataque dos vírus. “A virologia se divide em antes e depois do HIV”, sentencia o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo. Avançamos na compreensão do genoma. “Com os estudos em HIV, passamos a identificar perfis genéticos que acusam se uma pessoa terá uma progressão mais lenta ou rápida da doença”, conta a farmacêutica Rejane Grotto, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. O boom de informações geradas em laboratório extrapolou os ganhos contra a aids e aprimorou a abordagem das hepatites virais e do câncer.



“Não tenho dúvida de que o conhecimento gerado em função do HIV ainda não foi totalmente empregado em outras doenças”, diz o infectologista Celso Granato, do Laboratório Fleury. Na esteira do progresso, porém, exames se aperfeiçoaram e novas drogas surgiram. A ordem de conter o vírus resultou em mais segurança nos procedimentos médicos, como a triagem do sangue para doação e o uso de agulhas descartáveis. São mudanças que mal notamos no cotidiano, mas que afetam, e muito, a nossa vida.



Apesar de iluminar indiretamente os pilares da biologia moderna, a aids deixou lições amargas, porque quebrou modelos estabelecidos. “As epidemias costumam surgir e depois de um tempo desaparecer, mas a aids não foi embora”, avalia a professora de história da medicina Diana Maul de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.



Além disso, a doença silenciou a esperança — ou, por que não, a presunção — da ciência de impor seu domínio absoluto sobre os micróbios. “O século 20, marcado pelo desenvolvimento de vacinas e antibióticos, imaginou controlar de vez as doenças infecciosas, e o HIV mostrou que isso ainda é impossível”, lembra Diana.



Um vírus mudou os hábitos do homem. Os anos 1960 e 70 hastearam a bandeira da liberdade sexual, mas a década seguinte veio recolhê-la. Com a chegada da aids — e as notícias se espalhando —, o sexo voltou a ser visto como fonte de perigo. Houve quem atribuísse a nova peste a um castigo divino contra a imoralidade e a perversão dos jovens. O mal se alastrou e, com o tempo, o mundo percebeu que ele não tinha idade nem era exclusivo de homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas. “A doença avançou para a população heterossexual e, de repente, havia grávidas e crianças infectadas”, conta Stefan Ujvari, que também é médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. E, aí, fomos obrigados a aceitar o fato de que qualquer ser humano é vulnerável. A imagem do soropositivo se transformou a passos lentos — embora muita gente ignore, portar o vírus não signifi- ca ser aidético, estágio só enfrentado se a síndrome se manifesta. À medida que artistas assumiam sua condição, a aids se tornava pública e suas vítimas passavam a ser mais aceitas pela sociedade. O mundo mudou também para quem não abrigava o vírus nas veias. Inaugurou- se a era do sexo seguro e o preservativo entrou na moda por obrigação. “Os cuidados motivados pela aids reduziram a transmissão de outros problemas”, afirma Celso Granato.

O HIV forçou um debate sobre comportamento sexual cujos ecos ainda são ouvidos. Afinal, o que se entende por promiscuidade? O que é ter uma relação de risco, como questiona o formulário para a doação de sangue? Por que homossexuais não estão no grupo apto a doar? Ora, mesmo heterossexuais com um único parceiro não estão livres da ameaça. A discussão não terminou, mas é inegável: a doença abriu nossa cabeça. “A partir da epidemia, se acendeu um debate sobre sexualidade, preconceito e prevenção”, diz o infectologista Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. A questão das drogas também veio à tona. E o discurso trocou de tom e foco: não se cobra mais a abolição dos entorpecentes, mas, se alguém fizer uso dos injetáveis, que não compartilhe a seringa. No final das contas, a aids flechou o próprio moralismo.



A queda do estigma

Nos primeiros anos, o diagnóstico do HIV era uma sentença de morte. “Já fui o médico que mais assinou atestados de óbito em São Paulo”, relembra Caio Rosenthal, que acompanhou as vítimas da doença desde o princípio da epidemia. Mas, anos de pesquisas depois, a ciência entrou em campo com o coquetel. Graças a ele, o soropositivo não veste mais o traje de carne e osso e, quando segue o tratamento à risca, pode levar uma vida próxima do normal. “O problema é que, se o paciente não adere a no mínimo 95% da terapia, sua resposta tende a cair”, diz Rosenthal. Nesse caso, em geral protagonizado por pessoas financeiramente desfavorecidas, a aids prossegue como um fantasma.



É um engano rotular a aids como uma doença sob controle — erro compartilhado por uma nova geração que, embora tenha crescido nos tempos da camisinha, nutre a sensação de que o HIV é uma peste enterrada no século 20. “Ele não é um problema do passado, mas do futuro”, não hesita em dizer o virologista Paolo Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Essa falha de percepção está por trás do recrudescimento da infecção entre os jovens, que não podem se dar ao luxo de pensar que o tratamento contém em definitivo o micro-organismo. “As terapias nem sempre têm o efeito esperado e, com o tempo, o vírus é capaz de apresentar resistência a elas”, lembra Zanotto.



O perigo ronda também quem atravessa a sexta ou a sétima década de vida. A popularização dos remédios contra a disfunção erétil se somou à falta do hábito de vestir o preservativo. O resultado são novos casos em uma faixa etária que, a princípio, enfrentava um menor risco. Ninguém está imune e, por isso, só há um caminho seguro para escapar do vírus. “A prevenção é o carro-chefe”, afirma Dirceu Greco. Mesmo quem porta o HIV precisa se precaver, sob pena de contrair outros subtipos do micro-organismo. “A recombinação dos vírus pode diminuir a eficácia das drogas”, alerta Zanotto. Além do sexo seguro, especialistas defendem mais uma medida para cercar o inimigo: a inclusão de exames de HIV nos checkups anuais. O diagnóstico precoce faz a diferença não apenas ao paciente. O mundo inteiro sai ganhando.



Depois desse balanço histórico, com as perdas e os ganhos impostos pela aids, chega o momento de vasculhar por que não derrotamos o adversário microscópico. Mal o vírus se alastrava nos anos 1980, cientistas ousaram prever uma vacina em pouco tempo. A predição não se tornou realidade. “Pensava-se, na época, que bastava descobrir o vírus para desenvolver um imunizante”, diz o infectologista Esper Kallas, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.



Na década seguinte, Bill Clinton, então presidente dos Estados Unidos, anunciou o produto no prazo de dez anos. A profecia não se cumpriu mais uma vez. “O HIV tem um jogo negociado com o sistema imune e qualquer vacina precisa das nossas defesas para funcionar”, explica Paolo Zanotto. O micro-organismo parece projetado para enganar o hospedeiro. Primeiro: ele é altamente mutante e, assim, dribla anticorpos — um imunizante tradicional feito hoje não funcionaria amanhã. Segundo: ele conta com substâncias em sua superfície que dificultam a adesão de um anticorpo. Terceiro: ele invade o núcleo de uma célula essencial ao comando imunológico, misturando seus genes aos dela e escapando dos guardas. Essas peculiaridades ajudam a entender também a dificuldade de encontrar a cura da doença, um Santo Graal nas ciências biológicas. O coquetel antirretroviral zera a carga de vírus no sangue, mas alguns deles se escondem nos chamados santuários — que ficam no cérebro, nos gânglios linfáticos... “O HIV se finge de morto e, se a terapia é abandonada, volta a se multiplicar e atacar em 15 dias”, avisa Celso Granato, que também é professor da Universidade Federal de São Paulo.



Enquanto torcemos por uma vacina perfeita e um remédio capaz de desentocar e matar as sobras do vírus, deparamos com a última e difícil lição. “Parece que, até agora, o homem está apertando sempre a campainha e a porta não abre. Talvez ele tenha que dar um passo para trás e pensar em outro jeito de entrar na casa”, compara Zanotto. “Apesar de tudo o que descobrimos, ainda estamos amarrados pela falta de conhecimento”, constata Granato. Para vencer o HIV, precisamos rever a própria forma de fazer ciência e transgredir nossas limitações. Ainda temos muito que aprender antes de derrotar essa doença, que se desprendeu de tintas apocalípticas e ensinou o ser humano a compreender melhor os fenômenos que regem a vida. Não foi o fim do mundo. Não foi o fim da vida. Não é o fim do sonho.



O coquetel



Uma combinação de medicamentos modificou a expectativa e a qualidade de vida do soropositivo. O coquetel antirretroviral é composto de três a cinco drogas e receitado até mesmo antes de a síndrome se manifestar. Ele transformou um mal fulminante em uma doença crônica. Seus remédios atuam em várias fases do mecanismo de ataque do vírus. Se o primeiro falhar, as outras drogas entram em ação, reduzindo a carga viral no sangue a um nível indetectável — o único senão são os efeitos adversos.



Num futuro distante



“É possível que, daqui a milhões de anos, o HIV se integre de vez no DNA do homem”, especula Paolo Zanotto. A ligação não se completou até hoje porque ele arruína nosso corpo. Está comprovado que herdamos genes de outros retrovírus. Há milhares de anos, esses micro-organismos aniquilaram animais. Feita a aliança com o hospedeiro, seus genes passaram a trabalhar pela formação da placenta. Será que o HIV também trará alguma recompensa à nossa espécie?



A Aids e o tempo



Acompanhe a história da doença nestas e nas próximas páginas e conheça suas repercussões na ciência, na sociedade e na vida dos soropositivos



1930
O vírus da imunodeficiência do símio, SIV, que infectava chimpanzés da espécie Pan troglodytes troglodytes, em Camarões e Gabão, é transmitido ao ser humano e, aos poucos, dá origem a um novo micro-organismo, o HIV.



1959
Data deste ano um dos primeiros casos de morte pelo vírus — um habitante do Congo cujo sangue foi coletado por cientistas americanos. Mas a confirmação só veio por meio de análises na década de 1980.



1977/78
O vírus viaja de navio e avião rumo ao Haiti dentro de pessoas infectadas. Uma vez na ilha, atinge especialmente a população carente. Desconfia-se que imigrantes possam ter carregado o micro-organismo aos Estados Unidos.



1981
Multiplicam-se casos de um câncer raro, o sarcoma de Kaposi, e de infecções oportunistas que levam à morte mais de 150 pessoas nos Estados Unidos, a maioria homossexuais. Os médicos acreditam em uma nova doença.



1982
Autoridades americanas passam a chamá-la de síndrome da imunodeficiência adquirida, a aids, e estipulam as pessoas mais vulneráveis a ela: homossexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas e hemofílicos.



1983
Um ano depois do primeiro caso diagnosticado no Brasil (em São Paulo), os cientistas franceses Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur, identificam o vírus da imunodeficiência humana, o HIV.



1984
Montagnier havia doado uma amostra do vírus ao pesquisador americano Robert Gallo e, meses depois, o governo ianque anuncia que ele é o pai da descoberta da causa da aids. Nasce uma contenda histórica.



1986
Um ano depois do surgimento do exame para a doença, desponta o primeiro tratamento. É o AZT, antes usado contra o câncer, mas preterido devido aos efeitos colaterais. Ele bloqueia um dos mecanismos de infecção do vírus.



1990
O Brasil perde uma das mais famosas vítimas da aids, o cantor e compositor Cazuza. No ano seguinte, a fita vermelha entrelaçada e formando um “A” se torna o símbolo de combate à doença.



1992
À medida que surgem novas drogas contra o vírus, o Ministério da Saúde brasileiro anuncia que o tratamento da aids será custeado pelo Sistema Único de Saúde, tornando-se, portanto, gratuito ao paciente.



1993
O AZT, droga antiviral, começa a ser produzido no Brasil. Um ano mais tarde, pesquisas sugerem que o medicamento reduz a transmissão do HIV da mãe para o filho na gravidez e na hora do parto.



1995
Vem ao mundo uma nova classe de antivirais, que torna mais eficaz o tratamento. São os inibidores de protease, que agem em um dos últimos passos do vírus para garantir seu domínio sobre a célula infectada.



1996
Os soropositivos já dispõem de um mix de drogas para controlar a doença. O programa brasileiro de DST e Aids define o primeiro consenso para o coquetel antirretroviral, estabelecendo a indicação de cada remédio.



2008
Os cientistas Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi são laureados com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina pela identificação do HIV. Se ainda havia alguma dúvida quanto à autoria da descoberta, ela cai por terra finalmente.



2009
Em meio à busca de novas drogas e de uma vacina, a estimativa é que existam mais de 33 milhões de pessoas infectadas pelo vírus. Foram registrados no Brasil, desde o começo da epidemia, quase 545 mil casos da doença.



A origem

O berço da humanidade foi também o cenário onde surgiu o HIV. Estamos falando da África, mais especificamente da região que abrange o sul de Camarões e o norte do Gabão. Ali vivia uma espécie de chimpanzé que portava o vírus da imunodeficiência do símio (SIV), o ancestral da versão humana. Na década de 1930, a escassez de alimentos decorrente de um período de conflitos e miséria motivou ainda mais a caça aos macacos. Por meio de ferimentos, os caçadores se infectaram. Só que o vírus, mutante e esperto, conseguiu se ambientar ao corpo do hospedeiro, gerando o HIV.



As cifras da doença



Gastos voltados à luta contra o HIV nos últimos anos:



15,6 bilhões em 2008



25 bilhões em 2010



60 milhões de pessoas se infectaram com o HIV desde o início da epidemia. É quase a população do Reino Unido



25 milhões morreram vítimas da aids até hoje. Esse número supera a população da Grande São Paulo



2,1 milhões de crianças vivem com o vírus no mundo inteiro. Mais de 14 milhões ficaram órfãos no continente africano



As frentes de combate



Conheça as estratégias investigadas pela ciência que prometem prevenir ou aprimorar o tratamento do HIV



Vacinas



Existem atualmente cerca de 30 versões em teste. Elas são divididas em dois grupos. “O primeiro induz a formação de anticorpos contra o vírus, prevenindo a infecção”, diz o infectologista Esper Kallas. “E o segundo educa as células de defesa a combatê-lo, impedindo que se desenvolva a síndrome”, resume. Para o médico, a saída pode estar em uma combinação de ambas as táticas.



Novas drogas



Estão em testes novas famílias de antivirais, que atuam em etapas inusitadas do mecanismo de infecção. Uma aposta para o futuro seriam terapias que atuassem em nosso código genético. “Há moléculas de RNA antes consideradas desprezíveis e que hoje são não apenas importantes, como possíveis candidatas a destruir as informações do vírus”, diz Paolo Zanotto. É preciso desvendar uma maneira de usá-las a nosso favor.



Gel anti-hiv



O produto, aplicado diretamente na vagina, barraria a transmissão do HIV in loco. Várias fórmulas foram avaliadas mundo afora sem sucesso. Recentemente, um gel testado na África do Sul surpreendeu ao mostrar uma redução de 39% no contágio. “Mas essa solução ainda parece mais adequada a mulheres expostas ao vírus e que não têm a opção do preservativo”, acredita Esper Kallas.



Nós aprendemos com a aids



A caça ao vírus e a busca de exames e tratamentos impulsionaram o conhecimento em diversas áreas da ciência



Sistema imune



Conhecemos com intimidade o papel do linfócito T CD4, justamente a célula de defesa infectada pelo HIV. Ela exerce a função de um comandante, que recruta, por meio de substâncias mensageiras, os soldados para o conflito. Também se comprova que o timo, órgão situado no meio do peito, continua ativo na fase adulta, diferentemente do que se pensava antes da epidemia. É ali, aliás, que parte das células de defesa amadurece para ir à luta.



Genética



São estudados os chamados polimorfismos, sequências de genes que diferem de pessoa para pessoa e que podem revelar uma maior propensão a certas doenças. No caso do HIV, eles são capazes de dedurar se a progressão da síndrome será rápida ou mais lenta. A análise do genoma dos retrovírus e do seu mecanismo de ataque ajuda a comprovar a tese de que, no fluxo de informações genéticas, a molécula de RNA pode se transformar em DNA, e não apenas o caminho contrário.



Virologia



O HIV alavancou esse ramo da biologia. Graças às observações e aos experimentos com ele, conseguimos decifrar as minúcias do ciclo de vida dos vírus. Passamos a visualizar como esses micro-organismos dominam a célula-alvo do hospedeiro e misturam seu material genético ao dela para se replicar. Distinguimos uma série de enzimas, cruciais ao assalto do vírus, que, quando anuladas, inviabilizam sua vitória contra a célula. E, aí, aparecem novas drogas antivirais

De cara com o vírus



 O que ele tem de especial?



O HIV, vírus da imunodeficiência humana, é um retrovírus extremamente mutante. Seu código genético tem duas fitas de RNA.



 Como é transmitido?

Por meio do sangue (transfusões e outros procedimentos médicos), do ato sexual e do contato com ferimentos.



 Como ataca o homem?



Ele invade o linfócito T CD4, importante célula de defesa, e integra seu material genético no do hospedeiro para se multiplicar. Com milhões de novas cópias formadas, a célula é destruída.



 Quais os tipos?



São basicamente dois, o HIV-1, comum em todo o mundo e dividido em subtipos de A a J, e o HIV-2, mais restrito à África.



Exames

Um teste conhecido como PCR passa a ser empregado para rastrear o HIV no sangue. Os métodos de diagnóstico evoluem e se tornam mais sensíveis. Além de apurar as pegadas do micro-organismo, há exames que fazem uma contagem dos linfócitos T CD4, células agredidas pelo vírus e que indicam a exposição do paciente às doenças oportunistas que surgem durante a síndrome. Outros conseguem investigar se existe resistência do micro-organismo aos medicamentos prescritos.



Procedimentos médicos



Como é transmitido pelo sangue, o HIV exigiu a adoção de critérios mais rígidos na hora de realizar uma série de procedimentos em clínicas e hospitais. Intensifica-se a necessidade de executar triagens do sangue doado antes de submeter um paciente a uma transfusão — muitos hemofílicos contraíram a doença na ausência desse cuidado. E ganha força a obrigação de usar agulhas descartáveis em vacinas e injeções.



Outras doenças

Os avanços em imunologia e no entendimento do mecanismo das infecções foram caros à compreensão e ao tratamento de outros males, como o câncer e as hepatites virais. A proposta de combinar drogas, lançada pelo coquetel anti-HIV, inspirou a terapia dessas outras enfermidades anos depois. Já o conhecimento do ciclo de vida dos vírus ajudou a melhorar a terapia da hepatite C. E o rigor com a transfusão de sangue minimizou a transmissão de problemas como a doença de Chagas.












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